segunda-feira, 2 de junho de 2014

Brasil perdeu cerca de 24 mil campos de futebol de Mata

Por favor se comentar deixe um email para contato.

Da Newsletter da SOS Mata Atlântica

No dia da Mata Atlântica (27 de maio), a Fundação e o INPE divulgam novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. Após dois anos da aprovação do novo Código Florestal, infelizmente a taxa de desmatamento nas áreas de Mata Atlântica continua a subir - aumentou 9% em comparação com o período anterior. O Brasil perdeu cerca de 24 mil campos de futebol do bioma mais ameaçado do país. É preciso que os brasileiros se mobilizem em defesa da nossa floresta.
 (FOTO: Flickr Creative Commons/Glauco Umbelino)


1)      Enquanto o modelo for esse – crescimento a qualquer custo, destruidor de empregos e oportunidades, apenas para concentrar renda, poder e riqueza nas mãos de poucos, o resultado não vai mudar. Temos que atacar a causa – modelo, teoria e modo de pensar das pessoas.  A destruição das matas é mera consequência, assim como uma das maiores extinções e a primeira extinção endógena da vida nesse planeta (esse termo vale explicar depois) ;
2)      Países que querem impor seu modelo ao resto do planeta como “solução”, embora estejam vivendo situações grosseiras, tem taxa de desmatamento zero simplesmente porque já desmataram tudo, a saber, Estados Unidos e Europa. São Paulo e Rio de Janeiro que são um espelho deles também não aparecem nas estatísticas, tem pouco ou nada para destruir.
3)      Enquanto a solução for na margem do sistema com idéias de tecnologia salvadoras, não há mudança de rota.

O sistema inteiro depende do crescimento que só se justifica através de mais crescimento, um fim em si mesmo.

Tudo indica que entraves ao crescimento alheios às observações da teoria econômica autista já sejam fatos corriqueiros no mundo, como por exemplo, falta de terra para expansão urbana, falta de água para expansão industrial, falta de solo para expansão agrícola, falta de renda familiar para consumo, falta de empregos para melhoria da qualidade de vida, etc.

As crises recentes são uma demonstração clara que o crescimento foi mantido mesmo com fatores contrários de forma qualitativa cada vez pior e sujeito a solavancos, via alavancagem de famílias e bancos, desequilíbrios financeiros grotescos, bolha de preços de ativos, corrupção e estelionato sem medidas contra as poupanças das pessoas, aumento da concentração de riqueza e renda, aumento do desemprego estrutural com um sem número de moradores de ruas em lugares que não haviam.

Para complicar ainda mais, temos evidências claras que a continuação do crescimento significa o fim da vida na Terra e a solução é mudar radicalmente esse modelo.  O mais incrível é que no meio disso tudo, uma estrutura forte de estabilizadores sociais e ambientais precisa ser construída para poder fazer a transição para um novo modelo equilibrado sem convulsões ou sofrimento exagerado das populações.

Hugo

Nossos destinos são determinados pelos que detém o poder de imprimir moeda (hoje,  bits  de computador;  Wall  Street, Federal Reserve, Bancos  Centrais,  The City) , que além de provocar  excesso  de oferta   (EUA pré  1929) , provocam   escassez  conforme   uma ou outra política maximize os  seus  lucros,  implementando  ou destruindo economias . Tudo indica que os objetivos das grandes corporações  e  dos bancos incluem retorno a curtíssimo prazo. Retorno rápido do capital investido. Exploram trabalho escravo e sub emprego. O Brasil é uma colônia de banqueiros  (  disse Gustavo Barroso) com “spreads” literalmente assassinos. A História vive de surpresas. Mas existe uma grande força empurrando na direção do caos climático, Como sabemos, porém, quase todo fenômeno econômico e social está prenhe com seu contrário. Aliás , Georgescu fala rapidamente sobre o conceito  da  dialética: uma  perturbação objetivando um movimento numa direção pode resultar no seus  contrário,  oposto ao resultado desejado.   Veremos.

Edison

O professor Paulo Roberto Silva tem uma tese interessante que faz sentido: a escassez é inventada pelo sistema, a começar pelas necessidades intermináveis dos consumidores e como na teoria se define bem econômico e bem natural. Mas Édison, acho que você como eu deve entender a nossa aflição com isso tudo.  Agora me dei conta o quanto o tema de sustentabilidade foi abandonado em todas as suas frentes nos últimos anos e após a crise de 2008.  Para pensar em sustentabilidade os capitães do sistema precisam de prosperidade na forma como eles pensam, através de depósitos polpudos em suas contas individuais.  Com bilhões nas nossas mãos eles dizem: “Ok, vamos pensar em sustentabilidade.”  Como se sustentabilidade pudesse ser um anexo do sistema e não o sistema inteiro, uma reviravolta nas idéias.  É muito simples, vamos parar de achar que a Terra é um subsistema da economia e inverter, é a economia que é um subsistema.  Vamos parar de achar que a economia só serve para alimentar grandes corporações inalcançáveis em termos de accountability social e ambiental e passar a exercer a sua influência na direção de ajudar as pessoas.

Ontem alguém viu o programa do Globo Repórter sobre jovens no crack? É isso. Como podemos andar pelas ruas, pagando 45% das nossas rendas em impostos a governos corruptos e viver numa extrema violência, em cidades totalmente poluídas, com insegurança hídrica crescente e com pessoas sem chances de absolutamente nada?

Aqui é crítico, mas o problema não é inexistente nos EUA. Se a métrica de determinar quem é desempregado em número de semanas não tivesse sido diminuída da época de Reagan, o desemprego não teria parado de subir nos EUA.  A medida de desemprego não é técnica, é política, a queda de desemprego tem que agradar os governos e não tem significado prática para a vida das pessoas. Nosso sistema, principalmente em se tratando dos jovens olhando seus futuros, está completamente desmantelado para atender os anseios e trazer oportunidades para todos. Cada vez menos sobra desse sistema para quem está nas suas franjas. É surreal. E nisso, dia a dia, reuniões de agropecuaristas querendo expandir a fronteira para produzir alimentos para o resto do mundo que não precisamos, enquanto nosso arroz e feijão agora é importado.

Quando será que poderemos determinar nossos destinos e sair dos universos elevadíssimos da academia científica de onde não desce quase nem uma migalha para os moradores do complexo do Alemão?

Hugo

Concordo inteiramente. O desmoronamento está integrado, e é econômico, social, e moral. Os fenômenos deste desmoronamento estão interligados. São subsistemas de um organismo, numa visão sistêmica,  holística.  São componentes  de um sistema complexo, interligados e  interdependentes, e a ser estudado como tal. Os problemas econômicos e ecológicos, ainda mais, são considerados “super wicked”, isto é, são problemas nos quais o  que se chama de “soluções “ , são na verdade  escolhas, opções,  cujas  consequências não são , digamos,  matematicamente determinadas. Eu tive o privilégio de poder apresentar um   trabalho sobre a natureza   “super wicked “ dos problemas ecológicos e econômicos, no encontro da  EcoEco em  Vitória, para uma estimulante e rara  audiência. Creio que o  título  foi “A questão dos problemas da classe “wicked” (WP) e “super wicked” (SWP) - Ecologia e Economia. Uma introdução” Se desejar mando uma cópia para seu e-mail.

As raízes da Economia e da Ecologia não estarão na Filosofia e na Moral?  Em cérebros como Adam  Smith; Emerson, Thoreau?


Citações pertinentes, especialmente a segunda:
“Stephen Hawking said, the present century will be the century of complexity. Heinz Pagels was more specific:
“I am convinced that the nations and people who master the new sciences of complexity will become the economic, cultural, and political superpowers of the next century (meaning the present century).”
De: “Complexity Explained”, disponível  em:


Edison




Nenhum comentário:

Colaboradores